segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Drible da vaca

Drible da vaca é assim: bola de um lado, zagueiro cara de boi no meio, e atacante voador do outro. Tocou, passou; quem resolveu ficar olhando viu navios.

De Brasil esse drible tem parentesco adotivo. Sábios são os corajosos toureiros espanhóis que trocam a bola pelo pano e o vôo pela altivez de ver o boi chifrudo passar lotado, rumo ao delírio da platéia.

Zagueiro que zanga, faz falta. Dá empurrão, deixa a perna. Toma amarelo e fica tudo em casa. Se bobear de cair na área, o drible fica mais salgado para o cara de boi engolir, olé!

Agora vá me cair numa das zanganças do chifrudo! Esse aí não perdoa e finca ódio. Toureiro toureado fica pior que zagueiro vazado, a estrela perde o brio e o boi chifrudo saí vencedor sem vencer, fica querido sem querer. Na tourada, o touro bate penalti.

*

Menina, se pensas que és muralha, um drible da vaca lhe dou. Sou flecha de ventos, minhas pernas são de grilo e meu corpo baila suave como o peixe.

Chifrudo, se queres meu fim, que venha com graça, pois se pensas em atropelar razão e sentimento vai ser pano na cabeça. De esquina te saco, na reta ataco. Finda sua corrida, minha calçada da fama.

Cara de boi morto, cara de vaca chifruda. Sou vaqueiro, sou toureiro. Sou atacante brasileiro.

Um comentário:

Anônimo disse...

Amo mto Cabeçudo!
Bjos
Branca

 
BlogBlogs.Com.Br