segunda-feira, 31 de março de 2008

Pessoas de luz própria




Sempre bom falarmos da vida pós moderna. A vida anunciada todo domingo no Fantástico, a vida daqui há 5 ou 10 anos. Quando chegaremos a morar na Lua, ou o dia em que pagaremos a passagem na catraca do trem bala Sampa-Rio com o celular.

O brilhante futuro nanico da vanguarda japonesa, sempre eles. No Japão é antes, muito antes. Lá todo mundo vive espremido, lá as pessoas vivem em casulos com muito mais luxo que os apês de cemetrosquadrados de muita gente por aqui. No Japão a histeria pop chega a dar medo; os homens suicidas gangsters cabeludos punks, as mulheres neuróticas grupies de Kate Moss e hypes miguxo-radicais. Tudo muda em uma semana.

Rápido mesmo é o vaivém de tudo e todos. Entrou, fatiou, partiu. Chegou, sorriu, saiu. Não é mole acompanhar as manadas de pessoas enclausuradas na piada interna e na azaração entre amigos. O problema é que esse tipo de coisinha sempre aconteceu, o problema é que você ou não sabíamos. A vida com luz própria permite tudo ao mesmo tempo agora, mas abre um flanco da privacidade.

Nada mal que saibam ou venerem o próximo, talvez ele possa estar mais próximo que os implacáveis astros do cinema vintage cheio de estilo ou dos novos bandleaders da última semana, que estouram e viram reis da noite para o dia. Anote o fato: precisa-se cada vez mais de ídolos que emplaquem como no passado, mas como não vemos muitos deles hoje em dia, é só um Zé fazer bonito que já ganha os superpoderes de Jagger ou Bowie – resguardadas a suas proporções de público e renda. É como o jogador que ganha a partida em time ruim, vira Deus logo nos vestiários.

O jogo é o seguinte: os que tem luz são os que absorvem e replicam qualquer coisinha mixa. Só mandar o link, ou como diz o senhor burocracia: Gostei do que você falou, manda um e-mailzinho para eu responder isso mais tarde, vou pensar com calma. Aí não, essa de manda um e-mail é muita estupidez, coisa de quem é mole mesmo e não se esconde em plena luz do monitor para não tomar decisão olho por olho.

Craque mesmo só aquele que no meio da escuridão levanta a aba do laptop e manda bala na informação. Seja no cafezinho chic da Bela Vista, seja na sala stadium do cinema (e porque não?), o traficante da informação tem luz própria pois sabe radiar. Mesmo que venha o mais puro besteirol, ele tem o toque de bola argentino, toco e me voi, e quando você vê já está na cara do gol.

Alucinados e discretos, os alienados do computador tem sua parte na vida pulverizada das modinhas tontas e das coisas engraçadinhas. Cada vez mais comum encontrarmos a raridade que dá em tripudiações e livres adaptações do Mussum pedindo fiado no Bar do Mocó ou da dancinha livre-espontânea-vontade que neguinho inventou no sul do Tocantins.

Aquela coisa, mesmo que você ache bobo vai sorrir, mesmo que tente não ligar vai ser avisado. Vai parar na sua rede social, no churrasco entre amigos ou no boteco pós-jogo. Os caras da luz própria - que encontram gozo sabe-se lá como nessa do garimpo – são as estrelas do céu sem Lua.

- a imagem é de um dos panos do Bispo do Rosário. Vai tentar acompanhar esse aí.

quinta-feira, 13 de março de 2008

Nada em 3 Atos

Buenas povo,

Posto agora um curta que eu fiz há mais ou menos um ano. O projeto era inspirado na obra do Lourenço Mutarelli e ficou bem legal - e comprido, tem uns 20 minutos ao todo.

Esse post faz parte de uma tentativa minha de ilustrar um pouco mais o blog. Se vocês ainda não notaram, só tenho a foto do layout (minha camponesinha). Acho que só agora sinto que imagens e vídeos podem agragar valor ao blog - meus textos prometem continuar lonngos e contra o formato de meia lauda da maioria dos blogs.

Enfim, farei melhorias no espaço fértil no futuro. Fiquem espertos.

Valeu e bom filme.

PS: o curta teve de ser dividido em 3 partes.

PS2: Agradeço ao Beto pela postagem no Youtube.

Parte 1:



Parte 2:



Parte 3:

 
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