terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Eu sou um açaí

Chega no caixa e diz:

- Oi. Eu sou um açaí, com granola e banala fatiada.

- Prazer, eu sou o R$ 10,20.

- Oi?

- Oi.

- Deu dez e vinte?

- Não, eu sou macho. Apesar de você pagar, eu não dou.

- Oi?

- Oi.

- Ãhn... Você aceita cartão.

- Só débito.

- E tique?

- Oi?

- Oi. Tique, você pega?

- Não sabia que se pagava tique. Achei que era algo que se adquiria.

- Como assim? Eu ganho.

- Ganha? Você ganhou aonde, na guerra?

- Não. Eu trabalho. Ganho do RH.

- Onde você trabalha deve ser uma guerra, não?

- Não. Você aceita tique?

- Não.

- Droga, posso passar um cheque?

- Ta amassado? Eu aceito mesmo assim.

- Não. Não ta amassado, engraçadinho, você tem a maquininha?

- De passar? E existe máquina de passar cheque?

- Não de preencher o cheque!

- Mas, ó, se for para passar roupa tem uma lavanderia ali na rua de trás.

- E caneta? preciso preencher.

- Preencher o que? A barriga, com uma caneta ?!

- Não, o cheque, tenho que fazer um cheque de dez e vinte, senão não saio daqui.

- Como você vai fazer um cheque, trouxe uma impressora?

- ... Não.

- E então como?

- Você tem uma caneta ou não?

- Tenho, um momento.

Volta.

- Ei-la.

- Obrigado.

Preenche. Entrega:

- Espera aí.

- O que foi, quer que eu coloque o telefone atrás?

- Esse não é você.

- Como não, sou eu sim, quer documento?

- Não precisa, eu reconheço um de vocês de longe, daqui do restaurante mesmo.

- Por que? Você já me viu aqui?

- Não, você não disse que era um açaí, com granola e banana fatiada?

Há !
 
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